Veja o que dizem os especialistas sobre os efeitos da rotina exaustiva da maioria das mulheres e a importância de encontrar um tempo só para elas
Os últimos 100 anos foram marcados por transformações sociais profundas que alteraram costumes e trouxeram avanços indissolúveis pela igualdade de gênero e liberdade das mulheres. Da garantia a direitos políticos e civis, como a possibilidade de estudar e votar, passando pela luta por igualdade de gênero e liberdade sexual, a partir dos anos 1960, até a conquista do direito de trabalhar fora de casa e ser remunerada por isso, foram muitas batalhas vencidas que representaram uma verdadeira revolução. Mas a redefinição dos papeis femininos na sociedade também fez com que surgisse um ideal de mulher contemporânea: a que consegue, ao mesmo tempo, estar bem fisicamente, ser bem-sucedida profissionalmente e ainda ser boa mãe e esposa. Ou seja, é pressionada a equilibrar os seus próprios desejos com as pressões sociais, ainda embasadas na desigualdade de gênero, que são colocadas sobre ela. Mas, será que é necessário assumir todas estas responsabilidades e ainda dar conta sem dividir as tarefas com alguém? O que o acúmulo de funções no dia a dia pode trazer de prejuízos para a saúde física e mental das mulheres?
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Trabalhar 8 horas por dia e, depois de chegar em casa, ser responsável pelas atividades domésticas, das necessidades dos filhos, das vontades do cônjuge, além é claro, de muitas vezes assumir as tarefas de cuidado com a saúde de todos a sua volta, muitas vezes inclusive a de parentes como pais, sogros, avós e outros. São tantas obrigações impostas à mulher que, na maioria dos casos, não sobra tempo para ela cuidar de si mesma. A Dra. Kátia Cilene Moreira, especialista em ginecologia e obstetrícia, médica cooperada da Unimed-BH, alerta para o desequilíbrio causado pelo excesso de tarefas e como isso pode afetar a saúde da mulher e o bem-estar da família inteira.