Nesse ambiente, os investimentos de renda fixa ganham atratividade, mas a bolsa não necessariamente perde, ao contrário do que seria esperado. Alguns especialistas estão mais otimistas com a renda variável, enquanto outros estão mais cautelosos
Nas últimas semanas, aumentaram as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevará os juros na próxima reunião, em 17 e 18 de setembro. A rápida mudança nas expectativas está chamando a atenção porque, caso isso aconteça de fato, marcará o menor período de estabilidade dos juros nos últimos anos, de apenas três meses. Nesse ambiente, os investimentos de renda fixa ganham atratividade, mas a bolsa não necessariamente perde, ao contrário do que seria esperado. Alguns especialistas estão mais otimistas com a renda variável, enquanto outros estão mais cautelosos.
A Selic, a taxa referência para os juros da economia, está estável em 10,5% ao ano desde junho, que marcou o fim de sete cortes consecutivos que começaram em agosto de 2023. A incerteza sobre os passos seguintes dos juros aumentou com a atividade econômica resistente e a elevação do dólar, que elevaram as estimativas para a inflação. Isso dá apoio a uma crescente expectativa no mercado financeiro de que o Banco Central será obrigado a voltar a subir a Selic neste mês para controlar essa alta dos preços.
A comunicação de diretores do BC deu força a essa percepção, principalmente a de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o comando do Banco Central a partir do ano que vem. Ao sinalizar que pode ser favorável a uma alta de juros que Lula tanto criticou, Galípolo conquista a credibilidade do mercado, mostrando que realizará o que for necessário para manter a inflação sob controle.