Correção pela Selic pode aumentar o valor a receber; especialistas alertam sobre riscos e alternativas de investimento
A recomendação clássica dos especialistas é clara: não deixe a declaração do Imposto de Renda para a última hora. Isso evita imprevistos técnicos, reduz o risco de erros e garante maior tranquilidade no processo. Ainda assim, todo ano, muitos contribuintes se perguntam se vale a pena entregar mais tarde para receber a restituição nos últimos lotes — e com um bônus: a correção pela taxa básica de juros (Selic), que está num ciclo de alta.
Isso acontece porque, após o fim do prazo de entrega da declaração, a Receita Federal corrige as restituições que ainda não foram pagas pela taxa Selic acumulada entre 30 de maio e a data do pagamento. Assim, a partir de 1º de junho, as restituições começam a ser corrigidas, acrescidas de mais 1% no mês do depósito. Quanto mais ela demorar para ser paga, maior será o acréscimo e o valor não sofrerá tributação.
“Todo valor a mais é bem-vindo, ainda mais no caso da restituição do Imposto de Renda, pois o valor a restituir é atualizado diretamente pela Selic e não sofre incidência de imposto de renda sobre o rendimento”, afirma Daiane Alves, educadora financeira da Neon.
Ela calcula que, para uma restituição de R$ 2 mil, o ganho com a correção nos últimos lotes pode chegar a cerca de R$ 90 em quatro meses. “Se o contribuinte tiver condições financeiras para aguardar um prazo maior, vale a pena esperar, pois receberá mais e com rendimentos isentos.”
Mas para quem está com dívidas, antecipar a restituição pode ser muito mais vantajoso do que esperar alguns meses por uma correção. “Com o dinheiro em mãos, poderá negociar, complementar um valor que já tenha guardado e talvez até quitar o valor devido”, diz Daiane.
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