Apenas BCG, reforço da pólio e tríplice viral atingiram a meta de vacinação. Especialistas alertam para riscos da baixa cobertura.
A cobertura vacinal infantil no Brasil cresceu nos últimos dois anos, mas ainda está abaixo do ideal. Dados do Ministério da Saúde divulgados em dezembro de 2024 mostram que apenas três das 19 vacinas do calendário infantil atingiram a meta estabelecida.
Os imunizantes que alcançaram a meta foram a BCG, que protege contra a tuberculose, a vacina de reforço da poliomielite e a tríplice viral, que previne sarampo, caxumba e rubéola. A expectativa do governo é que a imunização contra sarampo, rubéola e rubéola congênita chegue a 95% ainda este ano.
Desde 2016, a cobertura vacinal tem caído, aumentando o risco de surtos de doenças imunopreveníveis, alerta a imunologista Lucia Abel Awad, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. “Se a população não se vacina, doenças como sarampo e poliomielite podem voltar a circular, comprometendo a saúde coletiva”, explica.
A imunização contra sarampo, poliomielite e tuberculose é essencial para reduzir a circulação de vírus e bactérias. “Quando a maioria da população está vacinada, garantimos a proteção coletiva, inclusive para aqueles que não podem se vacinar, como imunossuprimidos, pacientes em tratamento contra o câncer e gestantes”, explica a especialista.
A baixa adesão preocupa, especialmente em vacinas contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite, comprometendo a proteção geral da população. Segundo Awad, a interação entre a baixa cobertura vacinal e a adesão irregular a diferentes imunizações aumenta a vulnerabilidade a surtos, especialmente de doenças respiratórias.
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