O dever de ‘conduzir os negócios de acordo com o desejo’ dos acionistas, que ‘geralmente será ganhar tanto dinheiro quanto possível’, encontra limite nas ‘normas sociais básicas, tanto aquelas previstas na lei quanto as vigentes por costumes éticos’
Em obra dedicada ao tema, Fabio Konder Comparato encontra um fundamento dos direitos humanos para além da organização estatal: “a consciência ética coletiva, a convicção, longa e largamente estabelecida na comunidade, de que a dignidade da condição humana exige o respeito a certos bens ou valores em qualquer circunstância, ainda que não reconhecidos no ordenamento estatal, ou em documentos normativos internacionais” (A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, São Paulo : Saraiva, 3ª ed., 2003, p. 59).
Essa consciência ética coletiva, e sua influência sobre a atividade econômica, foi notada por Milton Friedman em seu mais famoso ensaio. Para o insuspeito liberal, o dever de “conduzir os negócios de acordo com o desejo” dos acionistas, que “geralmente será ganhar tanto dinheiro quanto possível”, encontra limite nas “normas sociais básicas, tanto aquelas previstas na lei quanto as vigentes por costumes éticos” (The Social Responsibility of Business Is to Increase Its Profits, The New York Times Magazine, Setembro de 1970).
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