Além do sofrimento humano, óbitos causam prejuízo bilionário – que deve se agravar com o fim do auxílio emergencial.
Salvar vidas ou salvar a economia? Quase onze meses após o início da pandemia do novo coronavírus, os números deixam claro que tratava de um falso dilema.
A China, que ostenta a menor taxa de mortes por covid-19 entre os países com mais de 100 milhões de habitantes, apresenta uma recuperação econômica mais consistente que qualquer nação emergente ou desenvolvida.
Da mesma forma, países como o Brasil e os Estados Unidos, que lideram o ranking mundial de óbitos, se deparam com o aumento da pobreza e do desemprego e a diminuição no nível de consumo das famílias.
“Já havia estudos antigos, sobre a gripe espanhola, que mostravam essa mesma relação: quem controla melhor a pandemia e protege mais a vida dos seus cidadãos se sai melhor, do ponto de vista econômico. Porque perde menos gente, menos força de trabalho, potencial produtivo, e consegue mais rapidamente reorganizar suas relações econômicas”, analisa Guilherme Mello, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).