Greve dos caminhoneiros: ‘Esse é o pior governo que o Brasil já teve’, diz líder de paralisação que largou a boleia após 27 anos.
Após pegar uma forte pneumonia que afetou seus dois pulmões em abril do ano passado e ficar em isolamento dentro do seu caminhão, parado em um posto de gasolina à beira de uma rodovia, o caminhoneiro Wanderlei Alves, mais conhecido como Dedeco, sofreu outro revés.
Com a queda de demanda e do preço do frete em meio à pandemia, Dedeco atrasou o pagamento das parcelas e teve tomados de volta pelo vendedor seus três caminhões.
Sem o ganha-pão depois de 27 anos passados na boleia e desgostoso com o aparelhamento da categoria pelo governo federal após a greve de 2018, o caminhoneiro, que foi uma das lideranças da mobilização que abalou a economia do país, decidiu mudar de ramo.
“Dos caminhões, só me sobraram os pneus. Foi o que eu vendi para abrir minha hamburgueria”, conta Dedeco, que agora é dono de uma lanchonete em Curitiba, no Paraná.