Doutor em educação, Lucelmo Lacerda virou ativista e pesquisador do transtorno do espectro autista (TEA) depois de vivenciar a condição em casa
Meu filho Benício nasceu em 2008, quando eu já era professor e pesquisador.
Estava concluindo o mestrado e entrando no doutorado, mas o autismo – ou melhor, o transtorno do espectro autista (TEA) – era um assunto totalmente estranho para mim.
Das poucas referências que tinha, a mais presente era o filme Rain Man, de 1989, que me orientava em uma visão limitada e estereotipada da condição.
Foi somente quando meu filho completou 3 anos que veio o diagnóstico, a aceitação e o começo de uma jornada de conhecimento.
Na época, a indicação médica de “tratamento” foi uma intervenção já demonstradamente inefetiva, mas não sabíamos disso até então.
Seguimos assim por por quatro anos porque também éramos mal informado pelos conteúdos disponíveis na internet, onde conhecimentos pseudocientíficos ou simplesmente falsos prosperam de modo volumoso e veloz.