Acompanhando o anúncio do fechamento das fábricas remanescentes da Ford no Brasil, nesta segunda-feira (11), já vão se acumulando, mal 2021 teve início, indicações de que a economia brasileira terá mais um ano de crescimento insuficiente. Um longo período, no qual a atividade tem sido incapaz de ocupar a capacidade produtiva instalada, tem provocado um círculo vicioso em que o desemprego – de mão de obra e de outros fatores de produção – tem resultado em contração da demanda, causando novos desinvestimentos que a reduzem ainda mais.
Com a paralisação das atividades com a pandemia, o mergulho foi ainda mais profundo. A retomada intermitente não tem conseguido mudar o quadro de sensação recessiva vigente desde que a economia saiu oficialmente da recessão, iniciada em 2014, em fins de 2016. Essa sensação parece apontar para uma continuidade em 2021, com números mais tímidos do que os recentemente projetados.
Em relatório desta semana a clientes de sua consultoria, o economista Affonso Celso Pastore, professor que formou gerações de profissionais, na USP e na FGV, já alerta para a perspectiva de frustração das projeções para o comportamento da economia em 2021. É bom levar em consideração as conclusões de Pastore, um dos mais conceituados analistas da conjuntura econômica brasileira, com sólida experiência acumulada.