Levantamento aponta que ao analisar a fatia de pessoas que declaram Imposto de Renda, o abismo de renda e patrimônio pode ser maior do que se imagina.
Que o Brasil é um país desigual, não há dúvida. Mas o estudo Mapa da Riqueza de 2023, elaborado por Marcelo Neri, diretor do FGV Social, aponta que as diferenças podem ser ainda mais impactantes quando se analisa com lupa o patrimônio e a renda dos mais ricos e se compara à dos mais pobres.
O levantamento, realizado em fevereiro de 2023, reuniu a base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e também do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) referente ao ano de 2020.
Para se ter uma ideia de como o abismo financeiro pode ser ainda maior, em Brasília, unidade da federação mais rica do país, a renda média declarada por habitante, que é de R$ 3.148 por mês, salta para R$ 12.627 entre quem presta contas ao Leão.
Neri explica que os estudos domiciliares existentes sobre pobreza e desigualdade não conseguem captar com clareza a renda e o patrimônio de quem está no topo da cadeia de distribuição. Isso porque a fatia mais abastada da sociedade tem certa resistência em falar sobre sua situação financeira quando são abordados por essas pesquisas.
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