Em 1895, o cientista russo Elie Metchnikoff ficou fascinado ao observar a influência de bactérias intestinais na saúde e longevidade. Ele sugeriu, em seus estudos, que as pessoas de partes da Europa Oriental viviam mais porque comiam muitos alimentos fermentados, contendo lactobacilos vivos. Essa teoria foi ignorada na época e somente muitos anos depois é que os cientistas reconheceram a importância da microbiota na regulação de doenças. Agora, em um estudo utilizando camundongos, pesquisadores irlandeses verificaram que muitos dos efeitos do envelhecimento podem ser revertidos por meio desses microrganismos.
Entende-se por microbiota a população de microrganismos – bactérias, vírus e fungos – que habitam o trato gastrointestinal. Esses seres microscópios têm por função manter a integridade da mucosa na região, aumentar a imunidade, entre outros benefícios que dificultam a reprodução de agentes causadores de doenças. Devido aos efeitos positivos que trazem quando estão em equilíbrio, eles também podem ser chamados de probióticos.
De acordo com pesquisadores da University College Cork, na Irlanda, o processo de envelhecimento dos mamíferos acarreta diversas alterações na microbiota, o que está relacionado a problemas de saúde e fragilidade nas populações idosas. No entanto, até o momento, não havia grandes evidências do papel dos probióticos (ou de sua ausência) para a saúde do cérebro durante os processos de envelhecimento. A suposição, portanto, transformou-se em um objeto de pesquisa.