Parte das instituições financeiras já suspendeu a oferta do produto. Taxa será alvo de debate em reunião em janeiro do Conselho Nacional de Previdência Social
Por meio de cálculos, representantes de bancos sinalizaram ao governo que o crédito consignado do INSS está perdendo viabilidade sem a revisão do teto de juros para aposentados e pensionistas.
O teto do consignado está parado em 1,66% ao mês desde junho de 2024, mesmo com o aumento de 10,50% para 12,25% da taxa Selic a partir de setembro. Nos juros futuros, que reflete o custo de captação para empréstimos de longo prazo, o salto foi ainda maior no fim deste ano em meio ao estresse nos mercados após a apresentação do pacote fiscal pelo governo.
Segundo números do setor bancário apresentados ao Ministério da Fazenda e do Planejamento, o spread (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes) dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas é de 0,51%, em média, atualmente.
Com esta parcela, as instituições financeiras ainda têm de pagar impostos, custos operacionais e distribuição, além de fazer provisões para o caso de inadimplência. Por isso, na média, a rentabilidade nessa linha está negativa hoje.
Nova reunião em janeiro
Parte dos bancos já suspendeu a oferta do produto por meio de correspondentes bancários, que demandam um custo adicional de comissão. Norma do Banco Central veda a concessão da modalidade quando a margem é negativa.
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