Cientistas alertam que o uso descontrolado de smartphones e de redes sociais tem afetado a saúde mental dos jovens, criando uma “geração ansiosa” e um cenário cada vez mais grave e com características de epidemia.
A partir desta semana, o The Conversation Brasil começa a publicar regularmente artigos em parceria com a revista FCW Cultura Científica, da Fundação Conrado Wessel, instituição de fomento à divulgação científica brasileira e uma de nossas apoiadoras. A primeira série de artigos trata de um dos temas de saúde pública mais preocupantes da atualidade, e que por isso mesmo tem sido objeto de numerosos estudos: a ansiedade. E neste texto de estreia, o diretor-presidente da FCW, Carlos Vogt, e o editor-executivo da revista FCW Cultura Científica, Heitor Shimizu, apresentam um quadro geral da epidemia de ansiedade entre os jovens no Brasil e no mundo, e abordam os diversos estudos que já indicaram o seu principal vetor: o abuso de redes sociais e telefones celulares.
Nos últimos anos, a ansiedade tem despontado como um dos maiores desafios para a saúde pública em todo o mundo. O que antes era visto como um transtorno pontual, hoje é considerado por especialistas um problema tão grave a ponto de alguns considerarem uma epidemia. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o transtorno de ansiedade afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, com um crescimento alarmante entre adolescentes e jovens adultos.
Como os dados são de 2019, pré-pandemia, hoje o número deve ser muito maior. No Brasil, por exemplo, um levantamento feito recentemente pelo Ministério da Saúde surpreendeu ao mostrar que, de 2014 a 2024, os atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade no SUS aumentaram 1.575% entre as crianças de 10 a 14 anos. Entre adolescentes, de 15 a 19 anos, o avanço foi de 4.423%.
Saiba mais: Uso descontrolado de smartphones e redes sociais está transformando ansiedade em epidemia entre os jovens