O Brasil e seus governantes precisam ter a coragem de enfrentar os problemas que afetam diretamente as injustiças sociais, o equilíbrio financeiro do Estado e a qualidade dos serviços públicos prestados à população
Se em novembro de 2020 todas as atenções estão voltadas para as eleições municipais, um ano atrás outro pleito fez o Brasil parar. Promulgada com a promessa de tornar o sistema previdenciário brasileiro mais sustentável, a reforma da Previdência completou um ano, à época considerada o que seria o primeiro passo de uma agenda econômica promissora de início de mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ao estabelecer medidas como a adoção de idade mínima para aposentadoria, a mudança no cálculo dos benefícios da aposentadoria e a alteração de alíquotas pagas pelos trabalhadores, a reforma tinha o objetivo de aliviar o déficit do sistema previdenciário e, sobretudo, garantir a continuidade da agenda fiscal positiva.
Para além da reforma da Previdência, o governo entregou em novembro de 2019 um pacote de medidas para reduzir despesas, desvincular gastos públicos e dar maior autonomia aos estados e municípios. Juntas, as três PECs (Proposta de Emenda à Constituição) do chamado Plano Mais Brasil propunham uma profunda reforma de Estado, a partir de três medidas: a PEC do pacto federativo, a PEC dos fundos e a PEC emergencial.