Dois especialistas explicam estudo americano sobre o tema e orientam sobre como conseguir melhorar a rotina ao dormir, incluindo exercícios físicos
Dormir não é para os fracos, ao contrário do que diz o ditado. A hora do sono é um momento essencial para o nosso corpo e mente e sua importância não deve ser menosprezada. Tanto que uma boa qualidade do sono está ligada a um menor risco de insuficiência cardíaca, segundo novo estudo americano publicado pela revista Circulation, da American Heart Association, em novembro. Para isso, é necessário criar hábitos saudáveis de sono, como adequar aquela famosa rotina de dormir entre sete a oito horas por noite. Mas não basta quantidade. É preciso, como dissemos, qualidade. Com a ajuda dos especialistas Marco Túlio de Mello, membro da Associação Brasileira do Sono, e Monica Andersen, diretora do Instituto do Sono, o EU Atleta explica o que são hábitos saudáveis de sono e quais os problemas em dormir mal, além de dar dicas para alcançar noites tranquilas. Confira!
O estudo
O estudo norte-americano teve como objetivo analisar “a relação entre padrões de sono saudáveis e risco de insuficiência cardíaca”. Na avaliação, 408 mil participantes entre 37 a 73 anos foram acompanhados durante 10 anos. Foi constatado que 5.221 pessoas apresentaram o quadro de insuficiência cardíaca.
O estudo detectou que, depois de avaliar casos de diabetes, hipertensão, uso de medicamentos, variações genéticas e outras covariáveis, “os participantes com o padrão de sono mais saudável tiveram uma redução de 42% no risco de insuficiência cardíaca em comparação com pessoas com um padrão de sono não saudável”.
Sintomas e consequências
Quando o sono começa a se tornar um verdadeiro pesadelo, lentamente aparecem sinais. Geralmente, isso se torna mais detectável ao longo do dia, sobretudo ao acordar com mau humor frequente, perda de memória e indisposição. De acordo com Andersen, a má qualidade do sono resulta em uma série de problemas, afetando o bem-estar físico e psicológico. E cita algumas consequências:
Sonolência diurna
Perda de memória
Irritabilidade
Ganho de peso
Ansiedade
Depressão
Queda na libido
Maior risco de acidentes
Enfraquecimento da imunidade
Hipertensão
Problemas cardiovasculares
E como saber se estamos dormindo mal? Há sinais claros, como os abaixo:
Insônia constante
Ronco
Sonolência no período diurno
– Ronco isolado é uma condição que não necessariamente é preocupante, mas se associado à apneia obstrutiva do sono, aí sim passa ser distúrbio de sono que pode levar o indivíduo a ter várias comorbidades – explica Andersen.
Um dos riscos quando não existe uma boa qualidade no sono é o surgimento de problemas cardiovasculares. Como apresentado no estudo, o nosso organismo está mais suscetível a apresentar determinadas doenças pela ausência de hábitos saudáveis ao dormir. Isso não deve ser menosprezado, sobretudo para quem está em grupos de riscos, como obesos e hipertensos.
– Não ter uma boa noite de sono e qualidade de vida, nem dormir o tempo necessário, vai acabar promovendo o aumento de peso, aumento da pressão arterial e insuficiência cardíaca. Quando a pessoa não dorme o tempo que deveria, prejudica a libido, ela perde força, ganha peso, ao trocar músculo por gordura. Tudo isso é muito ruim, além dos problemas de humor, como depressão – relata Mello