“Passada a fase mais crítica do tratamento, agora sigo no monitoramento. Faço tomografia, ressonância e outros exames periodicamente para acompanhar. Por causa do tipo do câncer que tive, para reduzir as chances de uma volta da doença, fiz outra cirurgia, retirando útero, trompas e ovários. Também não posso tomar os comprimidos. Ainda não posso dizer que estou curada, preciso ficar mais três anos “livre. Meus remédios nessa luta são alimentação balanceada, exercício físico e fé”.
O depoimento é da jornalista Renata Pais, diagnosticada, em junho de 2019, com câncer de mama triplo negativo, um dos mais agressivos, aos 41 anos de idade. Ela fez cirurgia, quimioterapia e radioterapia, concluindo esse processo em março de 2020 e destaca que a luta contra o câncer de mama continua e um dos objetivos dessa etapa é a qualidade de vida após o tratamento.
As oncologistas Flávia Alencar e Vanessa Teixeira destacam a importância do acompanhamento de uma equipe multiprofissional durante e após o tratamento. “As pacientes passam por uma série de sequelas físicas e psicológicas. O acompanhamento de uma equipe multiprofissional, com nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta promove a reabilitação dessa paciente para uma vida normal”, explica Flávia Alencar.
“Precisamos romper esse tabu que o câncer é uma sentença para sempre. “Sabemos que esse pós-câncer não é tão fácil quanto parece. A medicina continua evoluindo muito e esse acompanhamento multiprofissional auxilia nas questões estéticas e até na sexualidade”, complementa a médica Vanessa Teixeira.
Prevenção e chances de cura
Pesquisas de entidades brasileiras apontam que mais de 90% das pacientes ainda estarão vivas após dez anos e cerca de 50% das pacientes vão sofrer com uma sequela física, com impacto na vida diária, 30% têm stress emocional, como ansiedade ou depressão, e 20% têm dificuldades para voltar ao trabalho, quatro anos depois do tratamento.
Saiba mais: Qualidade de vida pós tratamento contra o câncer da mama – TNH1