Embora já tenha tratado do tema em diversas colunas, a questão dos cuidados paliativos volta à baila diante dos desafios do novo coronavírus. Normalmente, quando se fala dessa abordagem médica, voltada para o controle dos sintomas que causem dor ou desconforto, nos referimos a doenças graves e sem possibilidade de cura. No entanto, no meio de abril, um artigo publicado no “The Journal of Pain and Symptom Management” enfatizou como os cuidados paliativos ganhavam outra dimensão durante a pandemia. Mesmo os pacientes que não se beneficiariam de respiradores deveriam receber a assistência necessária para controlar o mal-estar que sentiam. A Covid-19 está mostrando que essa é uma especialidade – ainda que no Brasil não seja reconhecida como tal – norteando todo atendimento que busca a qualidade de vida do paciente, ainda mais quando nos deparamos com falta de equipamentos e seres humanos aguardando um leito de UTI.