Riscos aumentam para quem demora a aderir ao tratamento, que deve ser individualizado
Volto ao assunto porque o diabetes se tornou uma epidemia mundial e, quanto mais esmiuçarmos a questão, melhor para todos. Há inúmeras pesquisas sobre os desafios para controlar a doença e uma recente me chamou a atenção porque mostra como as pessoas podem entrar em estado de negação quando têm uma enfermidade. De acordo com trabalho realizado pelo Brighham and Women´s Hospital, ligado à Universidade de Harvard, mais de 40% dos pacientes com diabetes tipo 2 se recusam a seguir a recomendação médica de fazer uso de insulina.
A insulina é o método mais robusto e eficaz para controlar o nível de açúcar no sangue, mas, às vezes, passam-se anos até o início do tratamento. O resultado é o risco aumentado para complicações como doenças cardíacas e renais, cegueira e demência. Os pacientes que demoram a adotar as orientações médicas levam muito mais tempo para controlar seus níveis de glicose do que os que aderem logo ao protocolo. O estudo foi publicado na revista científica “Diabetic Medicine”.
“O diabetes tipo 2 representa um impacto severo na qualidade e expectativa de vida do indivíduo”, afirmou o médico Alexander Turchin, diretor de qualidade em Brigham. Estudos anteriores já haviam mostrado que apenas alguns anos de níveis elevados de açúcar no sangue eram suficientes para o aumento das chances de infarto e falência renal. Para entender a resistência dos pacientes, o time de Turchin analisou dados de cerca 5 mil pessoas atendidas entre 2000 e 2014.