Nos últimos cinco anos, o preço da alimentação no domicílio subiu 55%, bem acima da inflação geral do período, que ficou em 33%, explica André Braz, do FGV IBRE
Uma das causas mais diretas para a queda na popularidade do presidente Lula, a inflação dos alimentos vem sendo impulsionada há anos por uma série de fatores. Nos últimos cinco anos, o preço da alimentação no domicílio subiu 55%, bem acima da inflação geral do período, que ficou em 33%, segundo o IPCA, do IBGE.
Segundo o economista André Braz, coordenador de índices de preços do FGV IBRE, esse descompasso explica o aperto financeiro das famílias brasileiras na hora de ir ao supermercados. “Se os salários são corrigidos pela inflação média, eles subiram 33%, enquanto a alimentação aumentou 55%.” Ou seja, não é um problema que começou agora, e isso explica bastante a angústia da população com o peso da alimentação no orçamento.
Ele explica que o aumento nos preços começou a se intensificar em 2020. A pandemia desorganizou cadeias produtivas, limitou o escoamento da produção e fez com que o aumento do consumo dentro de casa pressionasse os preços. “A alimentação respondeu por uma parcela importante da inflação daquele ano”, diz.
No ano seguinte, a crise hídrica prejudicou as safras e encareceu a energia, mantendo a pressão inflacionária sobre os alimentos. Em 2022, a guerra entre Rússia e Ucrânia agravou problemas de abastecimento e causou a elevação de custos.
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