Consultor diz que patrimônio tem que sobreviver a múltiplas crises, porque elas não deixarão de acontecer
Apesar do impacto da Covid-19 em nossas vidas, com milhões de pessoas perdendo empregos e assistindo ao derretimento de outras fontes de renda, o roteiro para a fase pós-aposentadoria não deve sofrer alterações. É o que ensina o consultor financeiro Steve Vernon, que levanta duas questões pertinentes: “em primeiro lugar, o maior problema da maioria das pessoas é não ter poupança, e é esse o objetivo que temos que perseguir desde cedo. O outro aspecto que não deve ser esquecido é que qualquer patrimônio tem que sobreviver a múltiplas crises, porque elas não deixarão de acontecer. Portanto, cuidar do próprio dinheiro é um trabalho para toda a vida, inclusive para quem se aposenta. São orientações que não mudam durante a pandemia”, afirmou num seminário on-line realizado no dia 7.
Ele apresentou uma lista dos fatores que podemos e não podemos controlar. O que é controlável: quanto poupamos e gastamos; os riscos que assumimos; a idade de aposentadoria; nossos planos. O que está fora do nosso alcance: a volatilidade do mercado; eventos que tragam gastos inesperados (principalmente em saúde); inflação; novos impostos; e nossa própria longevidade. O script básico que todos deveriam seguir inclui os seguintes passos: fazer um levantamento dos recursos com os quais você poderá contar quando parar de trabalhar; paralelamente, enumerar todas as despesas que terá e, em seguida, quais poderão ser cortadas. Lembrete importante: não parta do princípio de que precisará de menos dinheiro que antes, porque os custos com saúde tendem a crescer. Para Vernon, ter controle sobre essas equações fará com que as pessoas reflitam sobre a necessidade de continuar em atividade e por mais quanto tempo. “É importante saber o que cada um valoriza em sua vida”, acrescentou.