Aplicativo lançado pelo ministério indicava o uso de medicamentos como a cloroquina; especialista define como “venda de ilusões”
O uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada para tratar a covid-19 voltou a preocupar especialistas após o lançamento, pelo Ministério da Saúde, do aplicativo TrateCov, que tinha o objetivo de ajudar médicos no diagnóstico e enfrentamento da doença, mas podia ser baixado por qualquer pessoa e indicava o “tratamento precoce”, com o uso de medicamentos como cloroquina, ivermectina e azitromicina. A ferramenta saiu do ar nesta quinta-feira (21).
“Não existe ainda um tratamento precoce efetivo. Os estudos mais robustos mostram nenhum benefício ou consequências negativas e efeitos colaterais. Mas algumas pessoas vendem ilusões, com desonestidade intelectual”, afirma o infectologista Estevão Urbano, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
O especialista acrescenta que, no contexto da pandemia, todos os dias surgem novidades, mas é preciso separar o que tem qualidade e o que não tem. “A base de hoje para indicar tratamento precoce são artigos de péssima qualidade científica, que pela sua própria metodologia levam a conclusões frágeis”, alerta.
Saiba mais: https://noticias.r7.com/saude/nao-ha-tratamento-precoce-comprovado-para-covid-diz-medico-22012021