Estudo mostra como marido e mulher lidam com o desafio de formas diferentes
Na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença”. Todos conhecem os votos matrimoniais, mas uma coisa é proferi-los no auge da juventude. Outra bem diferente é enfrentar os desafios de enfermidades na velhice, foi o que mostrou estudo realizado pela Universidade de Michigan. Os pesquisadores mergulharam nos dados de milhares de norte-americanos, acima dos 50 anos, que foram regularmente entrevistados no período compreendido entre 2006 e 2014. Eram duas linhas de investigação: a primeira considerava as doenças cuja administração está associada a um controle de taxas e a reduzir o risco cardiovascular, como diabetes e hipertensão; a segunda abrangia aquelas que demandam tratamentos específicos, como artrite ou câncer.
Quando pelo menos um membro do casal tinha algum problema que necessitasse de cuidados distintos, o cenário era chamado de “condições discordantes”. A lista incluía dos medicamentos para cada um a dietas alimentares especiais, ou remédios e exercícios para o controle da dor. Nesse caso, as dificuldades diárias para lidar com as próprias limitações de saúde e também com as do cônjuge cobravam um preço: ao longo do tempo, cresciam os sintomas de depressão. A pesquisa detectou que os maridos se saíam pior, com sintomas depressivos mais graves que os das esposas. Embora menos de 10% das mulheres e 7% dos homens apresentassem quadros graves, a depressão ia se agravando com o passar dos anos. Para a psiquiatra Courtney Polenick, que liderou o trabalho, é preciso estar atento para intervir o quanto antes: “a situação é complexa quando o manejo da doença difere muito de um para o outro, mas temos uma janela de tempo para evitar que as condições mentais piorem”, disse.