Especialistas propõem atividades lúdicas e debates para ensino fundamental e médio
Mais do que ensinar os estudantes a investirem ou serem consumistas, a educação financeira nas escolas pode ter um viés humanista, com diretrizes que convergem para a sustentabilidade do planeta e direitos humanos. É o que defende o doutor em educação matemática e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marco Kistemann.
“A educação financeira proposta por instituições financeiras visa apenas ensinar a gerir o dinheiro e multiplicá-lo, contudo, é preciso entender que a prioridade é a saúde e o bem-estar de cada cidadão e de todas as formas de vida do planeta”, explica. “Caso contrário, teremos um mundo com cidadãos com dinheiro e sem saúde, água potável, alimentos saudáveis e meio ambiente”, descreve Kistemann.
Segundo o pesquisador, a educação financeira deve começar no âmbito familiar, com o diálogo sobre dinheiro, desperdício e lixo gerado, gastos desnecessários de água e de energia. O segundo passo ocorrerá nos ambientes sociais, como a escola.“É no contexto escolar que teremos um maior espaço para problematizar cenários e para a investigação de temas financeiro-econômicos mediados pelos professores”, pontua.