Este momento delicado nos permite repensar a medicina que é feita hoje
O smartphone mudou completamente a forma como nos relacionamos. O Brasil tem hoje mais de um celular por habitante. Incluindo computadores, notebooks e tablets, são dois dispositivos por pessoa, número significativo para um país em desenvolvimento. É fundamental reconhecermos que estamos no meio de uma revolução digital, na qual a tecnologia tem sido disruptiva em muitas áreas, fazendo da reinvenção uma constante. Além de ser médico, sou paciente e, como consumidor de serviços, me pergunto: se no telefone celular eu tenho acesso a banco, transporte, compras e redes sociais, por que não podemos ter acesso ao nosso médico?
O assunto telemedicina foi muito debatido pela comunidade médica nos últimos anos; por aprendermos na faculdade que a entrevista presencial e o exame físico são imprescindíveis, especulou-se que a qualidade da prestação de serviço em saúde pioraria, gerando movimentos contrários a essa inovação. Em debate recente, Amrigs, Cremers e Simers constataram que a maioria dos médicos é a favor da telemedicina, porém a falta de um consenso em relação à forma como o Conselho Federal de Medicina tinha elaborado as normativas sobre o atendimento médico a distância incentivou uma mobilização nacional pela revogação da resolução vigente, decidindo-se assim pelo aguardo de uma nova publicação oficial.