Quando a criança recebe os diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtorno opositivo desafiador (TOD), o tratamento muda. Saiba o que fazer.
Depressão e ansiedade são alguns dos transtornos que podem surgir na vida de quem tem TDAH. Mas existe uma comorbidade que aparece ainda na infância de aproximadamente um terço desses pacientes: estamos falando do transtorno opositivo desafiador, o TOD.
Assim como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o TOD também faz parte dos distúrbios do neurodesenvolvimento, mas se encaixa no subgrupo dos transtornos de conduta. Essa classificação abrange comportamentos repetitivos que prejudicam as relações sociais e que, quando em conjunto, podem influenciar na forma como o TDAH se manifesta.
TDAH X TOD
O TOD está relacionado com a dificuldade de lidar com situações que envolvem limites e autoridades. A criança se comporta com muita teimosia, reatividade e impulsividade, além de ter dificuldade de lidar com as frustrações. Em geral, a oposição aos desafios se direciona à figura de autoridade, como o pai, a mãe ou os professores.
“No TDAH, a gente não tem essa descrição. É muito mais a hiperatividade e a dificuldade de atenção. Os professores têm que ficar de olho, a criança não consegue ficar sentada, corre de um lado para o outro. Mas você consegue fazer com que ela pare e escute. Pode até ter dificuldade de continuar sentada, mas ela não vai se opor ou desafiar a autoridade”, diferencia Daniel Segenreich, professor adjunto do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Em ambos os casos, é importante ressaltar que essas manifestações precisam aparecer em ambientes diversos para serem consideradas transtornos. Se a criança apresenta um comportamento exemplar na escola, mas age de maneira arredia dentro de casa, pode ser uma reação ao contexto familiar — que deve ser investigado antes de pensar diretamente no diagnóstico de TOD.