Apesar de alívios recentes, a autarquia comandada por Roberto Campos Neto ainda se preocupa com os preços dos serviços e projeções de inflação futura
Peça central na campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, a picanha ficou menos salgada nas prateleiras dos açougues, no último mês. A cebola e o tomate também baratearam nas últimas coletas de preços. Com isso, um dos grandes vilões do custo de vida do brasileiro desde o início da pandemia, a inflação de alimentos está mais branda. No índice IPCA-15 medido entre o meio do mês de fevereiro e de março, a inflação de alimentos registrou estabilidade, em 0,02%. O preço da energia também já não pressiona como nos últimos dois anos, passados problemas climáticos como a estiagem.
Nem mesmo teve grande impacto nos preços da gasolina a reoneração dos combustíveis — que tiveram os seus impostos cortados no segundo semestre de 2022, a mágica encontrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para diminuir as pressões inflacionárias em meio à sua busca pela reeleição —, promovida por Fernando Haddad para evitar impactos maiores nas contas públicas. Nas últimas duas semanas, o preço da gasolina caiu. Por fim, os preços dos bens industriais também sofrem menos com o desarranjo das cadeias produtivas causadas pelos lockdowns da pandemia.
Tantos sinais de uma inflação menos pressionada animam e, para alguns, tudo isso poderia dar razão às pressões do governo de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, já deveria estar baixando os juros de 13,75%, o maior patamar em quase sete anos.
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